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O avental

Era uma vez uma saca de farinha! Farinha de trigo. Aquela que a gente usa para fazer pães, tortas, bolos e etc. A saca vem costurada com barbantes, de algodão ou nylon, tanto faz como tanto fez. São uns pontões que só vendo! Ai a gente abre a costura puxando os fios a partir de uma determinada ponta; mas para quem não domina a técnica, o uso de uma tesoura é imprescindível. Bom, agora a saca virou um pano. Todo irregular, é verdade. Não tem importância essa irregularidade, a gente acerta os desvios na hora do corte. Na linguagem do patchwork isto costuma ser chamado de “refilar” o tecido.
Mas, a saca, costuma ser meio amarronzada ou parda, sei lá. Pra ficar branquinho, como faz?! É só alvejar. Com o que?! Com água sanitária, não vou fazer propaganda gratuita da Quiboa! Alvejar pressupõe-se que qualquer um o saiba, mais vai que não! É assim: molha-se o tecido, normalmente em um tanque de lavar roupa, passa-se sabão em pedra (da marca que você tiver em casa) e esfrega o dito cujo para tirar a goma. Enxágua. Em seguida mergulha-se o tecido em uma mistura de água (o suficiente para cobrir o pano) com sabão em pó e meio litro de água sanitária. Esqueça o tecido no balde de um dia para o outro. No outro dia, enxágue várias vezes o tecido, - para tirar o cheiro forte da quiboa - torça e bote para secar. Pronto. O tecido está pronto para usar. Você pode até usá-lo como pano de chão. Mas eu prefiro dar-lhe um destino mais nobre. Tipo pano de prato, por exemplo... No meu caso, e com este pano, especificamente falando, decidi dar a forma de um avental.
A história do avental? Já era usado desde a mais remota antiguidade. Com o passar das eras, os modelos foram sendo aprimorados, quer dizer: foram se tornando mais luxuosos, e na idade média eles se tornaram elementos de extrema beleza, contribuindo para o esplendor das vestimentas das mais diversas classes sociais. É óbvio, que as classes mais abastadas, possuíam os modelos mais bem elaborados e feitos de tecidos mais nobres, já que nobre é nobre, e vassalo é vassalo.
Hoje, eles, – os aventais - são usados em suas mais variadas modelagens. Jalecos, para o pessoal de a ala hospitalar, farmacêutica e laboratorial. Bem como em salas de aulas do ensino básico ao universitário, também não se dispensa o uso do avental em fábricas, lojas, bares, restaurantes, cantinas, sapatarias e por aí adiante.
O avental que estou postando logo mais abaixo; foi feito para o uso doméstico, para ser exibido por uma madona. Ele pode ficar todo sujo de ovo e farinha, ou não. Depende da madona que o usar... E, eu? Vou estender a roupa que a minha máquina aloprada decidiu lavar. Menos mal! Claro, vou colocar um avental.
Beijos e como caipira que sou, inté mais ver.    



O detalhe do bolso


Edna Vezzoni, escritora e artesã.


1 comentários:

" ***As 3 Marias Atelier " disse... [Responder o Comentário]

linda sua historia e o avental também.Parabéns.

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